quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Alceu Valença - Quero me acabar cantando (Entrevista) [1975]





Alceu Valença - Quero me acabar cantando (Entrevista), Novembro de 1975
Revista Pop por Eduardo Athayde

*Para ler a entrevista basta clicar na imagem ou fazer o download.

Psicodelia brasileira: um mergulho na geração bendita (Livro)

"São mais de 200 páginas de relatos, fotos, recortes e letras de músicas dos artistas que compuseram a tal cena psicodélica brasileira dos anos 60 em diante.
Apuramos e escrevemos este livro em 2007, como nosso trabalho de conclusão de curso na Faculdade Cásper Líbero. Foram mais de 60 entrevistas feitas em vários estados do país e de todas as maneiras possíveis. São dezenas e dezenas de fotos, recortes e depoimentos de pessoas que acreditaram no nosso trabalho.
Mas, mesmo depois de todo esse tempo, ainda recebemos semanalmente pedidos de acesso à obra. Costumamos responder caso a caso, mas desta vez resolvemos liberar para que o livro possa ser livremente consultado.
Como o trabalho foi feito com a confiança e o apoio das dezenas de entrevistados, que nos contaram preciosidades de suas vidas, optamos por restringir o acesso parcialmente: apenas a republicação e divulgação estão liberados. Qualquer outro uso (obras derivadas, fins comerciais) é vedado. Todas as imagens incluídas neste livro foram gentilmente cedidas por entrevistados e outros colaboradores para serem utilizadas exclusivamente neste trabalho acadêmico.
Não podemos deixar de agradecer também ao designer Thiago Silvestrini, que virou algumas madrugadas diagramando a obra em um projeto gráfico incrível.
Nós gostaríamos de ter dado um exemplar da obra para todo mundo que contribuiu com ela. Mas isso foi impossível. Então, virtualmente, aqui fica o nosso trabalho e a nossa gratidão. Esperamos que o livro ajude a reconstruir uma cena que ficou por muito tempo esquecida, e que inspire outras pessoas a redescobrirem o nosso passado, tão rico e interessante."

 (Por Aline Ridolfi, Ana Paula Canestrelli e Tatiana Dias)






A Turma do Beco do Barato (Antologia 70) [2004]


Músicos responsáveis pela realização do primeiro disco independente da cena fonográfica brasileira voltam para o estúdio, 30 anos depois, e gravam preciosidades que, caso contrário, se perderiam na memória 


A turma do Beco do Barato está de volta. Almir, Lailson, Marco Polo, Lula Cortês, Dicinho e Ivinho reuniram-se para gravar de novo, trinta anos depois de terem desencadeado um movimento musical underground no Recife, ao qual a imprensa da época prestou pouca atenção. Quem assina a produção é outro veterano do Beco do Barato, Zé da Flauta, em cujo estúdio, Plug, as músicas foram gravadas. 

O Beco do Barato, um bar localizado na Boa Vista, que nos anos 70 foi palco de memoráveis apresentações desta turma não existe mais. Alguns dos músicos também. Uns poucos entraram no barato e encontraram um beco sem saída. Outros não fazem mais música. 

A razão da volta destes remanescentes dos 70 não foi uma crise aguda de nostalgia. O projeto, intitulado Antologia 70 (o disco deve chamar-se O Grande Reencontro, ou A Turma do Beco do Barato), foi idéia de um fã do Ave Sangria, o engenheiro Humberto Felipe (ele chegou participar de um Ave Sangria cover). O produtor cultural Flávio Domingues encampou o projeto e, através da Lei de Incentivo, conseguiu o patrocínio. Dinheiro garantido, foi só fazer a convocação. 

"Era para ter mais gente. Queríamos trazer Tiago Araripe, que liderou um grupo chamado Nuvem 33, mas não conseguimos. Tentamos Flaviola, também não deu. Então fizemos com os músicos que moram aqui no Recife mesmo", conta Zé da Flauta. Procurou-se gravar canções da época, mas se evitou ao máximo as regravações pura e simples. "Marco Polo, por exemplo, gravou músicas que o Ave Sangria só apresentou em shows. Exceção foi uma versão bem diferente de O Pirata", adianta o produtor. 

Entre as canções cantadas por Marco Polo, está O Marginal, uma de suas composições mais fortes, inexplicavelmente ausente do único álbum lançado pelo Ave Sangria. Também resgatadas, literalmente, foram Vacas Roxas e Anjos de Bronze, composições do trio Phetus. O grupo, formado por Lailson, Zé da Flauta e Paulo Rafael, terminou em 1973, sem deixar nada gravado. "Pintaram um edifício de 25 andares/ Onde pastavam minhas vacas roxas" são os versos iniciais de Vacas roxas, classificado por Lailson como um "rock psicodélico country". Já Anjos de Bronze é no estilo néo-gótico que fez a fama do Phetus em sua breve carreira (seus shows começavam sempre à meia-noite). 

Almir, baixista do Ave Sangria, comenta irônico que depois de 53 anos de vida, finalmente irá escutar a própria voz em um disco. Ele gravou duas composições suas incluídas no LP do Ave Sangria: Dois navegantes e Fora da paisagem. "Quando a banda ainda era Tamarineira Village, eu, João Luís, Marco Polo, todo mundo cantava. Depois, Ivinho despediu João Luís, o baixista. Então eu peguei o baixo. O problema é que não tenho jeito de cantar e tocar baixo ao mesmo tempo. A tendência natural foi Marco Polo, que cantava muito bem, ficar como vocalista do Ave Sangria", explica. Nas sessões no estúdio Plug, o baixo foi manejado por Dicinho, que tocou no Tamarineira Village quando o grupo começou, em 1972. Depois, ele foi da banda de Alceu Valença e tocou com Jackson do Pandeiro. 

O irrequieto Lula Cortês foi a exceção à regra. Preferiu gravar duas músicas que estão em discos seus: As estradas (do CD gravado há cinco anos com o Má Cia.) e Dos Inimigos (do álbum O Gosto Novo da Vida, de 1980). 

Marco Polo fez comparações destas sessões com as que o Ave Sangria realizou em 1974. "Quando a gente gravou a primeira vez, foi um parto difícil, ninguém entendia nada de estúdio, nem o produtor, um cara da Jovem Guarda, Márcio Antonucci, dos Vips. Agora não, todos estão tocando melhor, com mais experiência de estúdio". Ele optou por arranjos simples, como teria feito se houvesse gravado estas canções na sua antiga banda. E aí o guitarrista Ivinho foi fundamental. Com problemas de saúdes há muitos anos, Ivinho não toca profissionalmente desde meados dos anos 80, mas o talento continua quase o mesmo. "Ele arrasou", sintetiza Zé da Flauta, impressionado com a memória musical de Ivinho: "Ele foi brilhante", enfatiza. 

Os músicos concordaram em lançar O Grande Reencontro depois do Carnaval, em um show, com local ainda a ser definido. Daqui a dois meses, portanto, as novas gerações vão conhecer a música da turma do Beco do Barato e fazer, segundo a metáfora de Lailson, "uma viagem pela avenida da memória".

(Por José  Teles)




Faixas:
01. As Estradas (Lula Côrtes)
02. Vacas Roxas (Phetus)
03. Boi Ruache (Marco Polo)
04. Marginal (Marco Polo)
05. Dois Navegantes (Almir de Oliveira)
06. O Pirata (Marco Polo)
07. Dos Inimigos (Lula Côrtes)
08. Anjos de Bronze (Phetus)
09. Fora da Paisagem (Almir de Oliveira)
10. Dia-a-Dia(Marco Polo)
11. Janeiro em Caruaru-Noturno Nº Zero-Mina do Mar (Marco Polo)

Todas as músicas são interpretadas por seus autores, exceto a faixa 3, composta por Israel Semente Proibida.

Marco Polo - Disco inédito



Disco solo nunca lançado do vocalista da Ave Sangria.


Alceu Valença - Vou Danado Pra Catende [1975]




Alceu Valença e o grupo Trem de Catende, que contava com parte dos integrantes da banda Ave Sangria. Vídeo produzido para o Festival Abertura, realizado pela Tv Globo, onde a música foi contemplada na categoria "Pesquisa".

Alceu Valença (voz e violão);
Zé Ramalho (voz e viola);
Lula Côrtes (tricórdio);
Zé da Flauta (flauta);
Ivinho (guitarra);
Paulo Raphael (baixo);
Israel Semente Proibida (bateria);
Agricinho Noia (percussão);

*Percussionista do lado direito não identificado.

Lula Côrtes & Má Companhia - Ao vivo no Curupira [2004]



Lula Côrtes & Má Companhia - A vida não é sopa [2006]




Download: A vida não é sopa [2006]

Faixas:
01. Eu fiz pior
02. Versos perversos
03. A seca
04. Israel
05. O balada cavernosa
06. O clone
07. O indiozinho
08. Tá faltando ar
09. Qualquer merda
10. Pense e dance

Gravado ao vivo na Estação do Som em 1997, mas lançado apenas em 2006 pelo selo ‘Sopa Diário’.